quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Quem Moveu a Pedra? Que Dia Aquele!

Num artigo recente da Newsweek, alusivo à Páscoa, encontramos o seguinte: “Os discípulos rolaram a pedra no terceiro dia, e o corpo de Jesus tinha-se ido.” A frase — e o que ela implica — é quase imperceptível no texto, já que aparece no meio de um mosaico de visões, opiniões e reflexões diversas sobre o tema, além de outras informações e estatísticas reveladoras, como, por exemplo, a de que o número de americanos que diz acreditar na ressurreição de Jesus Cristo caiu dez pontos percentuais, de 80 para 70% desde 2003, ou a de que apenas 26% dos entrevistados acham que terão um corpo no céu.
Talvez seja esperar muito que a maior parte dos leitores do artigo note a evidente discrepância entre a declaração em destaque e o relato que se encontra na Bíblia. Por isso, vale a pena alertar e ressaltar que não há no registro sagrado nada parecido com a cena de um grupo de homens em frente ao sepulcro de Jesus, unindo forças para tentar remover uma pedra cujo peso, segundo estimativas, poderia chegar a toneladas, isso depois de terem vencido, primeiramente, e de qualquer forma, o obstáculo da guarda romana.
Além disso, longe de ser apenas um mero detalhe, a questão sobre como teria sido retirada a pedra que fechava o sepulcro é tão crucial que foi justamente a investigação desse e de outros pontos com ele relacionados que levou o crítico Frank Morison (pseudônimo de Albert Henry Ross) a abandonar seu ceticismo e tornar-se um cristão. Pode-se dizer que muito de sua jornada em direção a uma mudança assim tão radical se deve ao questionamento que fez sobre esse detalhe específico: quem moveu a pedra?, a mesma pergunta que serviria de título para o livro que escreveria mais tarde com o resultado de sua detalhada análise (aqui, em inglês: Who Moved the Stone? ).
Um “reviewer” do livro afirma que, como um Sherlock Homes de Artur Conan Doyle, Morison mostrou lógica e diligentemente que depois de pesados todos os fatos, a solução sustentada por estes fatos — por mais inusitada que pudesse parecer — teria de ser a verdade.
E diante dos fatos, ao final de um extenso trabalho de investigação, o projeto inicial de Morison, que era expor a impossibilidade e não-autenticidade da história do julgamento e da ressurreição de Cristo, teve de mudar. Convicto do resultado de sua pesquisa, ele passou a expor e defender justamente o oposto do que intencionava originalmente.
Enquanto o livro de Morison é metódico em sua avaliação dos detalhes e circunstâncias do relato bíblico, um outro livro,  O Desejado de Todas as Nações, de Ellen White, apresenta uma narrativa fluida e integradora dos eventos que marcaram a história da ressurreição. No trecho que se segue, onde o drama humano e a intervenção divina se encontram mais uma vez, temos um quadro daquele dia memorável, quando as especiarias para ungir o Salvador se tornaram desnecessárias. Que dia foi aquele para a humanidade!
As mulheres que estiveram ao pé da cruz de Cristo esperaram, atentas, que passassem as horas de sábado. No primeiro dia da semana, muito cedo, fizeram o caminho para o sepulcro, levando consigo preciosas especiarias para ungirem o corpo do Salvador. Não pensavam em Sua ressurreição. Pusera-se o sol de suas esperanças e fizera-se noite em seu coração. Enquanto caminhavam, relembravam entre si as obras de misericórdia realizadas por Cristo, bem como Suas palavras de conforto. Não lembravam, entretanto, as que proferira: “Outra vez vos verei.” João 16:22.
Ignorantes do que se passava mesmo então, aproximaram-se do horto, dizendo: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?” Mat. 16:3. Sabiam não lhes ser possível afastá-la, todavia continuaram para diante. E eis que os céus se iluminaram de repente com uma glória que não provinha do Sol nascente. A terra tremeu. Elas viram que a pedra fora removida. O sepulcro estava vazio.
As mulheres que foram ao sepulcro, não partiram todas do mesmo lugar. Maria Madalena foi a primeira a chegar ao local; e ao ver que a pedra fora retirada, correu para anunciá-lo aos discípulos. Entrementes, chegaram as outras mulheres. Havia uma luz em volta do sepulcro, mas o corpo de Jesus não se achava ali. Enquanto andavam em torno, viram de repente não se encontrarem sós. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra. Tomara a forma humana, a fim de não atemorizar essas discípulas de Jesus. Todavia, brilhava-lhe ainda em torno a glória celestial, e as mulheres temeram. Voltaram-se para fugir, mas as palavras do anjo lhes detiveram os passos. “Não tenhais medo”, disse ele; “pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar em que o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dos mortos.” Mat. 28:5-7. De novo olharam elas para o sepulcro, e tornaram a ouvir as maravilhosas novas. Outro anjo, em forma humana, ali está, e diz: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue na mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.” Luc. 24:5-7.
Ressuscitou! Ressuscitou! As mulheres repetem e tornam a repetir as palavras. Não há, pois, necessidade de especiarias para unção. O Salvador está vivo, e não morto. Recordaram-se então de que, falando em Sua morte, Ele dissera que ressurgiria. Que dia é este para o mundo!

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